quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Vale do Loire - parte 2



      Continuando o passeio pelo Vale do Loire, seguimos em direção ao famoso castelo de Chambord. Idealizado pelo rei Francisco I como um retiro de caça, Chambord possui a arquitetura que faz dele o castelo de todos os exageros: 156 metros de comprimento, 56 metros de altura, 77 escadas, 282 chaminés e 426 divisões. E a sensação que sentimos quando nos aproximamos dele é também um exagero! Essas dimensões colossais nos seduzem de tal forma que não conseguimos parar de tirar fotos. 

       Francisco I (o mesmo do Château de Fontainebleau) viveu em Chambord apenas 72 dias dos seus 32 anos de reinado, não chegando a ver sua obra acabada. Henrique II, seu filho, e Luís XIV é que deram a Chambord o aspecto que conhecemos hoje. 
A entrada dos visitantes é feita pela parte de trás do castelo
A infra-estrutura turística em Chamabord é excelente. O número de turistas é muito alto, até porque o castelo está próximo a Paris (180 km). O estacionamento comporta muitos carros e ônibus e é pago. Toaletes também são pagos (1 euro) e a entrada de visitante custa 9 euros.  

As dimensões dos castelos são tão grandes, que sentíamos dentro de um labirinto sem saber pra onde ir. Mesmo com um mapa (também em português), ficamos meio "perdidos", sem saber o que apreciar e por onde começar a visita. Tudo é grandioso em Chambord. 

No saguão principal, o que se destaca é a célebre escadaria dupla que leva aos três pisos do castelo. Essa escada é formada pelo entrelaçamento de duas escadas em caracol que sobem em torno de um núcleo central. As pessoas que sobem ou descem cada uma das escadas podem se ver através das aberturas no núcleo, mas nunca se encontram! Claro que fizemos a experiência! Realmente muito interessante! 

Famosa escadaria de Chambord
É possível ver quem está na outra escada, mas nunca encontrar













         













A ornamentação esculpida é uma das obras-primas da Renascença francesa. Em cada piso ao redor da escadaria abrem-se quatro vestíbulos formando uma cruz. Essas salas dividem-se em quatro quartos, perfeitamente idênticos entre si. 

Esse plano, extremamente inovador na França, e toda a engenhosidade da escadaria sugerem que Leonardo da Vinci possa ter sido um dos inspiradores do projeto, uma vez que ele esteve na França, em 1516, a pedido de Francisco I. 

Após subir direto toda a escadaria, chegamos no terraço do castelo. É possível circular por grande parte do terraço e ter uma vista magnífica sobre toda a propriedade de Chambord: o parque, os lagos, os detalhes da arquitetura do castelo. Nem o frio de 5 graus espantava os turistas de admirar a beleza do lugar.  
No terraço é possível apreciar o espetáculoo dos telhados: uma mistura de gótico e Renascença italiana

A propriedade de Chambord é composta por 5440 hectares

 No interior do castelo é possível visualizar diferentes estágios de habitação, do século XVI ao século XIX. Como todo castelo, há uma capela, os aposentos do rei, os aposentos da rainha e o salão de audiências. É possível visitar também os aposentos do século XVIII, época em que o castelo ficou mais tempo sendo habitado: 12 anos. Stanislas Leszczynski era rei da Polônia e sogro do rei francês Luís XV, ele habitou Chambord de 1725 a 1733 durante seu exílio. 

Outro persnagem interessante na história do castelo é o Duque de Bordéus, conhecido como Conde de Chambord. Ele foi o proprietário do castelo desde 1821 até sua morte em 1883, mas só passou 3 dias no castelo! Ele tem um papel importante na história francesa pois ao ser chamado a subir no trono em 1871, ele recusou-se a usar a bandeira tricolor e foi exilado, sendo instaurada então a Terceira República. No primeiro piso existe o museu do conde Chambord, que expõe suas louças, pratas, retratos, coleção de brinquedos militares, entre outros.
 
Aposentos reais

Durante a visita, o que nos chamou muita atenção é a ornamentação das abóbodas no saguão do segundo piso. As esculturas das abóbodas associam o F de Francisco I, ao seu emblema, a salamandra, o animal mítico capa de viver ans chamas. Essa simbologia também é presente no Chatêau de Fontainebleau.
Uma parte da ornamentação da abóboda: o F e a salamandra




Abóboda esculpida









  

          Após a visita no interior do castelo, era hora de nos deslumbrar com seu exterior.  O sol já havia se escondido e tínhamos apenas alguns minutos antes da escuridão da noite de inverno que estava começando. 

Regina, Valéria, eu e Ronaldo: ficamos aguradando as luzes do castelo acender, mas isso não aconteceu!

     Voltamos para Paris e fizemos uma breve parada próximo a Torre Eiffel para comemorarmos o nosso Reveillon adiantados, já que no dia seguinte estaríamos todos dentro do avião. 

Gostaria de agradecer imensamente a companhia animada e a divisão de todos os gastos (pedágio - 30 euros, gasolina-60 euros, aluguel carro - 200 euros) aos meus queridos colegas Regina, Ronaldo e Valéria. 

E gostaria de dedicar esse post a todos meus amigos, familiares e pessoas que amo que entenderam minha ausência na virada do ano... Feliz 2013 a todos!

3 comentários:

  1. uau. lindissimo! mais uma viagem que fiz através das suas fotos e das suas palavras. como sempre, adorei e fiquei com mta vontade de ir também ;)

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  2. Que lindo amore! Tomara que um dia agente possa ir juntos... Enquanto isso vou praticando para esta escada no estacionamento do shopping D rsrsr! Bjos!

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    1. Acho que foi Da Vinci que projetou a rampa do estacionamento do Shopping D também!!

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