sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

London London!!!


21 de fevereiro de 2007! Meu primeiro grande voo internacional!! Destino: Londres, Inglaterra. Desde quando foi publicado esse voo na minha escala eu já não me aguentava de ansiedade! Comecei a ler todas as informações a respeito, peguei guias emprestado, mapas, além de fuçar horas no Google. A emoção de conhecer a Europa, fazer um voo longo em um avião grande era muita!
Na verdade, os voos internacionais funcionam assim: decolam sempre do aeroporto internacional de Guarulhos por volta de 23h, chegam na Europa 12 horas depois. A diferença de horário lá costuma ser de 2 a 5 horas a mais, dependendo da época do ano. Na noite seguinte voltamos pra São Paulo, ou seja, temos a oportunidade de ficar lá por volta de 30 horas. Não é muito, mas se bem planejado é suficiente pra se conhecer uma coisa de cada vez.
Especialmente nesse primeiro voo, eu estava exageradamente empolgada! Tudo era maravilhoso, mágico! Como era inverno lá e verão no Brasil, a diferença era de apenas duas horas. São 12 comissários e 4 pilotos que compõem a tripulação de revezamento no airbus A330. Todos chegam cansados no destino e são poucos os que querem sair. Eu já tinha uma companhia certa, a Rachel, uma colega que entrou na empresa junto comigo e também estava fazendo seu primeiro voo internacional. A gente tava tão ansiosa pra sair que nem tomamos banho!!! (até hoje eu não acredito nisso) Trocamos de roupa rapidamente ao chegar no hotel e corremos pro metrô (underground).
O hotel que ficamos hospedadas é próximo ao aeroporto de Heatrow, dependendo do quarto é possível ver aviões pousando de 30 em 30 segundos!!! Tem uma estação de metrô ao lado do hotel, que dá pra ir a pé e facilita muito nossa vida.
Compramos um travelcard por 7,50 libras e entramos animadas no trem com destino a Tower Bridge. A viagem foi longa, quase uma hora! Tinha que fazer conexão e trocar de linha, eu ia olhando com atenção no mapa para aprender e entender a gigantesca malha do underground londrino, é realmente impressionante. A minha teoria para todos os metrôs que já andei é a seguinte: "Tucuruvi-Jabaquara", como no metrô de São Paulo, é só olhar qual a direção e o destino final dessa direção, não tem erro!
Então, quando descemos do trem, já era noite! Pra nós brasileiros é muito estranho como no inverno os dias são curtos lá. Eram 16h e já estava escuro. O frio era cortante! Descobri que casacos de couro só servem para os invernos brasileiros!
Saindo do metrô, damos de cara com um castelo enorme e antigo, a Torre de Londres. Com a ajuda do guia, descobri que foi construída em 1066 e já foi castelo, fortaleza, arsenal, tesouro, prisão, local de tortura... no primeiro minuto em Londres já percebi quantos anos de história tinha aquele lugar. Hoje, a Torre de Londres é um museu, aberto a visitação, e abriga as jóias da Coroa britânica. Algo maravilhoso mas que será contando em outro texto, pois nesse dia nós só tiramos fotos!
Descemos mais um pouco e nos deparamos com a grande ponte com as duas torres: a Tower Bridge. Já estava toda iluminada e linda! Eu ficava cada vez mais empolgada e emocionada de ver tudo aquilo!
Após várias fotos voltamos ao metrô e seguimos até a estação Westminster. Saindo da estação, é possível ver o grande Parlamento Inglês com a famosa torre do relógio, onde está o grande Big Ben, um sino de 14 toneladas.
O frio era muito, mas a empolgação era maior ainda! Do outro lado do rio Tâmisa dava pra ver a London Eye, a maior roda gigante do mundo de 135 metros de altura, com uma iluminação vermelha linda.
Passamos pela Abadia de Westminster procurando um lugar pra comer. Achamos um pub que servia pratos por 7 libras. Comemos uma massa enquanto todos assistiam a um jogo de futebol e tomavam cerveja.
Depois pegamos o trem de volta pro hotel cochilando...
Na manhã seguinte saímos cedo em direção ao Palácio de Buckhingham (palácio oficial da rainha Elisabeth em Londres) pra ver a troca da guarda que começou pontualmente às 11:30 am. Eram tantos turistas que mal conseguíamos ver direito, tínhamos que achar um espacinho no meio da muvuca da Torre de Babel onde cada um falava uma língua diferente. Foi muito legal! A cavalaria percorre as ruas dos jardins reais, depois fazem as continências, com gritos e tudo, depois os soldados fazem uma meia lua com diversos instrumentos musicais e tocam algumas músicas. Nós adoramos!!! Mas nem terminamos de ver toda a apresentação já corremos para o metrô pois o passeio tinha que continuar! Descemos na estação Baker Street, a famosa rua do Sherlock Holmes, mas nosso destino era o famoso museu de cera Madame Tussaud. A empolgação era tanta que nem ligamos de esperar 1 hora na fila e pagar umas 30 libras para entrar. Que lugar fantástico! As estátuas de cera são de personalidades famosas, nos seus tamanhos reais!! Elas ficam espalhadas pelas salas do museu e a gente pode abraçar, tocar e brincar com elas. São tão bem feitas que parecem reais: os cabelos, os cílios, até as tatuagens!!! Tiramos dezenas de fotos com todas as celebridades possíveis: Tom Cruise, Brad Pitt, Morgan Freeman, Airton Senna, Gandhi, Papa João Paulo, Julia Roberts, os Beatles e vários outros! O mais engraçado foi quando ficamos esperando uma moça sair da frente do Will Smith e ela nunca saia, depois de um tempo percebemos que a fotógrafa na verdade era uma estátua de cera também!!! Muito bem feita!! Lá dentrovtem um planetário, fazendo um paralelo entre as estrelas do céu e as da terra (celebridades), nós adoramos!! Saímos de lá, almoçamos (pizza) e voltamos ao hotel pois mais 12 horas de voo e de trabalho nos aguardavam. Voltamos pro Brasil com gostinho de quero mais...
E realmente, com os anos eu tive muito mais! Já fui a Londres umas 20 vezes!Nem eu acredito nisso! Já me diverti muito, já passei muito frio, já visitei muitos museus e monumentos, já fui no interior da Inglaterra,e sei que ainda falta muito!! Mas foi nessa primeira vez que descobri o quanto me sinto bem lá e fico feliz em ter a oportunidade maravlhosa de poder voltar tantas vezes em um lugar tão rico de história e cultura!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Primeiro voo

Escolhi uma carreira nos ares sem nunca antes ter voado! Alguns me sugeriam de comprar uma passagem aérea pra qualquer lugar só pra ver como seria, mas nem isso eu tive oportunidade.

Meu primeiro voo mesmo não foi trabalhando. A empresa tem uma política de passes, são fornecidos oito passes por mês para qualquer destino dentro do Brasil sem custo algum!!! Quando descobri isso (ainda na seleção), fiquei maravilhada, deslumbrada, extremamente feliz!! Quer benefíco melhor que esse?!! Enfim, ainda no treinamento, tive um dia de folga e aproveitei pra estrear meu passe e passar um dia em Belo Horizonte.

Acordei cedo e fui pro aeroporto de Congonhas, o voo era as 6h20min. Entrei no avião, ocupei meu lugar na janela e fiquei extremamente empolgada. Hoje eu sei que voar é a coisa mais normal, mas emoção que a gente sente na primeira decolagem é indescritível!

Mas o que mais me impressionou na rota SP-BH é como a aerovia passa exatamente em cima da rodovia Fernão Dias... Em minutos a gente percorre lá em cima o que demora horas lá em baixo, é incrível!! Viva Santos Dummont! 20 minutos após a decolagem pude ver perfeitamente minha querida cidade de Varginha. Como era pequenininha olhando lá de cima...dava pra ver tudo, a avenida do Contorno, o clube Campestre, a rodovia que liga a cidade à Fernão Dias... Fiquei tão empolgada! Achei o máximo!

O pouso no aeroporto da Pampulha foi o máximo! Conhecia bem região por ter morado lá perto por dois anos e me empolguei mais ainda durante o procedimento de descida!

Na volta a mesma empolgação!!! Melhor ainda: o comandante me convidou pra ir na cabine de comando! Perfeito!! Passamos por cima de Furnas, Campinas e logo pudemos apreciar as luzes do tráfego intenso da Grande São Paulo!

Depois desse dia, descobri o quanto é maravilhoso voar! Apesar de ficar presa em um tubo pressurizado em cima de um tanque cheio de combustível, a sensação de observar tudo lá de cima vale a pena! E chegar no destino então... melhor ainda!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

São Paulo

Com tantas cidades que já visitei, explorei, descobri, me perdi... não sabia por qual começar a escrever. Então percebi que deveria começar por essa gigantesca megalópole. São Paulo assusta! Principalmente pra quem vem do interior de Minas. Aprender a se virar sozinha em uma cidade de mais ou menos 12 milhões de habitantes não é fácil, mas quem disse que seria? Pra embarcar nessa nova vida, eu teria que morar em São Paulo, pois todos os voos saem e voltam pra lá.
No primeiro mês me virei em uma pensão próxima ao aeroporto de Congonhas, área relativamente "nobre" de São Paulo. Tive que engolir um custo de vida muito superior ao que sempre tive (mesmo em Belo Horizonte), parecia que, em reais, tudo era o dobro do preço: o aluguel, as refeições, o transporte... mas até aí beleza, o salário deveria ser compatível... Pela primeira vez tive que dividir meu quarto, pode parecer arrogante mas pra quem sempre teve seu próprio espaço, ter que dividir um quarto com outras quatro pessoas estranhas, cada uma de um ponto do país, não é fácil, mas quem disse que seria?
Bom, agora quero apresentar meu real perfil nos textos que irei escrever: sou exploradora e corajosa! Adoro explorar lugares desconhecidos, pegar um guia, um mapa e sair andando seja de ônibus, metrô, táxi ou a pé. Se tenho companhia, ótimo! Se não tenho, bom também! Como sou muito ansiosa, não quero perder tempo e vou conhecendo tudo. Graças a isso conheço tantos lugares maravilhosos, e sei que ainda tenho muito a conhecer.
Antes de começar a voar, tive que fazer um treinamento de 2 meses em terra. Então foi assim: em uma semana em São Paulo eu já conhecia: o MASP (museu de arte de São Paulo, com telas de artistas renomados), a 25 de março (loja de comércio popular extremamente lotada o ano inteiro), o bairro Liberdade (bairro de imigração japonesa), a catedral da Sé (enorme, tem 65 metros de altura e ocupa um quarteirão inteiro bem no centro da cidade), além dos shoppings Morumbi, Ibirapuera e Paulista e o maravilhoso Terminal Rodoviário Tietê, onde eu pegava os ônibus Bragança ou Santa Terezinha e em longas 6 horas chegava na minha querida cidade!!!
A avenida Paulista é marcante! Cada prédio enorme, milhões de pessoas nas calçadas, milhões de carros na rua... é engraçado mas me sentia (e sinto até hoje) o Chico Bento nas histórias que ele ia visitar o primo na cidade grande... é examente aquilo, muito diferente da vida que sempre tive.
O metrô de São Paulo é maravilhoso! Nem preciso dizer que nunca tinha andado de metrô na vida, mas foi uma experiência e tanto!!! Muito legal aquele trem passando veloz enquanto os carros estavam todos parados no trânsito infernal da cidade. Foi legal até a primeira vez que peguei nos horários de pico e fiquei espremida junta com a mala, com medo de alguém me roubar ou cortar meu cabelo (já ouvi essa história)... Isso é outro assunto a ser falado: "São Paulo é perigoso!", ouvi isso minha vida toda! A gente já chega na cidade com medo... mas é muito diferente, depois que você vê que todos são pessoas normais, que acordam cedo, vão trabalhar ou estudar.. bandidos sempre tem, em todas as cidades! O Brasil é um país de Terceiro Mundo, a miséria e desiguladade é gritante e isso incentiva o crime, mas odeio rótulos! Na minha opnião, São Paulo é tão perigoso quanto Rio, BH ou Varginha, devemos ficar atentos onde quer que estejamos...
Voltando ao metrô, depois que descobri (sozinha) como colocar o bilhete na catraca, olhar o sentido (Tucuruvi- Jabaquara) e as maravilhas do bilhete único (cartão eletrônico que dá pra andar de ônibus e metrô pagando apenas uma tarifa) aí sim eu desbravei São Paulo: Compras no Bom Retiro e no Brás (todos os lojistas de Varginha compram lá), teatros (musicais maravilhosos no Teatro Abril), Parque do Ibirapuera (dá pra alugar bicicleta), Pátio do Colégio (erguido pelos jesuítas em 1554). Sem contar os passeios de carro quando eu recebia a visita especial do meu namorado varginhense que é meu super parceiro de viagem, a gente foi ao Instituto Butantã, onde tem um coleção enorme de animais peçonhentos, no Palácio do Ipiranga, onde Dom Pedro I proclamou a Indepedência do Brasil, o zoológico onde a gente fica dentro do carro e os animais ficam soltos, o Museu da Língua Portuguesa, na estação da Luz... Mas na minha opnião, o melhor ponto turístico de São Paulo é o topo do Edifício Banespa, no alto de 35 andares é possível ver a real dimensão dessa gigante e maravilhosa megalópole!!!
Com os anos, fui aprendendo cada vez mais a andar em São Paulo, depois de três anos de Terminal Tiete, acabei comprando um carro, aí sim ficou melhor ainda... tirando o transito infernal, ter carro em SP é muito bom! O ruim é quando perde a saída, e o retorno é dali 20 km!! hehehhe!! Já me perdi muito nesse trânsito louco!!
Em 2008, devido aos voos somentes internacionais, acabei me mudando pra Guarulhos. Fica mais fácil pra pegar a Fernão Dias e ir pra Minas e pra ir pro aeroporto também.
Mas sinto que Guarulhos é um bairro de São Paulo, é tudo "grudado", não dá pra saber onde começa um e termina outra cidade da Grande São Paulo... Mas é uma experiencia maravilhosa conseguir se virar na maior cidade do país!!!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

De Varginha para o mundo

Nasci e fui criada em uma cidade no interior de Minas Gerais, que é o interior do Brasil. Varginha é uma cidade de médio porte, com clima excelente (só fui descobrir isso depois que saí de lá) e habitantes bem mineiros(isso não tem tradução). Até os 17 anos quase nunca saia da cidade; estudei sempre no mesmo colégio, frquentei o mesmo clube, morei na mesma casa, sempre tive os mesmos vizinhos que por sinal eram os mesmos quando meus pais eram crianças... A cidade se tornou interplanetária, aumentaram os prédios, chegaram novas faculdades, novos alunos, novas empresas, novos habitantes... Quando tinha 13 anos comecei a estudar inglês, era um cursinho particular mas quem frequentava eram os meus mesmos colegas do colégio. Quanto mais aprendia inglês mais vontade tinha de viajar e conhecer os lugares. Eu pesquisava tudo sobre viagens, intercambios, au pair, cultura de todos os países, me perdia nos mapas, sem saber ao certo o queria. Tudo dependia de muito dinheiro, que no meu caso sempre foi um grande empecilho. Quando minhas colegas foram pra Disney com 15 anos e ficava seguindo o itinerário delas, pensando onde elas estariam cada dia. Mas é engraçado como são nossos sonhos quando adolescentes, a gente quer tudo mas ao mesmo tempo acha que é tão impossível que nem se esforça tanto pra conseguir. Eu fui assim, sempre quis conhecer o mundo mas me contentava com as excursões ao Playcenter, a Tiradentes e Caxambu (que são lugares maravilhosos por sinal).

Enfim, quando me mudei pra Belo Horizonte pra fazer faculdade acabei morando próximo ao aeroporto da Pampulha. E aquele movimento de aviões me fez despertar um sonho antigo, quase descartado em minha vida: ser aeromoça (ou comissária de voo, tanto faz). Me matriculei no curso, financiada pelos meus pais, e aí que os sonhos iam se aflorando mais e mais... depois de estudos, exames médicos, sobrevivencia na selva, fotos, curriculos e processo seletivo, em 15 de março de 2005, com 20 anos, eu consegui ser contratada pela maior empresa aérea do Brasil! Mal sabia o quanto a minha vida tinha acabado de mudar.

Muitas transformações! Sou muito apegada a minha família, ao namorado e as minhas tradições do interior de Minas. De repente tive que me mudar pra SP, trabalhar com pessoas diferentes de todos os lugares do país e estar cada dia em um lugar diferente.

Gostaria de ter criado esse blog há cinco anos atrás, pra poder contar tudo, cada cidade que visito, cada comida, cada voo, cada experiência... tem que ser tudo registrado e compartilhado com as pessoas que amo.

Depois de 2 anos rodando esse nosso Brasilzão eu já estava nas rotas internacionais... É incrível como viajar abre nossa cabeça, como é bom conhecer novos lugares, novas culturas, novas pessoas.

Quero dedicar esses meus textos (simples) a todos aqueles que me esperam e que entendem a minha ausencia. Posso estar aos pés do Big Ben, da Torre Eiffel, do Cristo Redentor, do coliseu, da Estátua da Liberdade, no calor, no frio, na neve ou na chuva... eu nunca esqueço o quanto sou varginhense, mineira e brasileira... com muito orgulho!