segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sirmione


O Lago de Garda é o maior dos lagos italianos. Situado na divisa de três regiões (Lombardia, Trentino e Vêneto) é um lugar bastante visitado por turistas no caminho de Verona e Veneza. Aproveitei o fim do verão 2013 para conhecer uma península ao sul do lago, a cidade Sirmione.

Sirmione possui um centro histórico que é banhando pelo lago dos dois lados. O que domina a paisagem é o imponente castelo medieval Scaligero. Mas a cidade é famosa também pelas suas águas termais e suas ruínas romanas.

A distância entre Sirmione e o hotel que ficamos hospedados em Arona (Piemonte) são 200km. Com carro alugado no aeroporto, eu e minha colega Manoela saímos de Arona 6h local (1h no horário do Brasil) e por volta de 8h chegamos em Sirmione.
 
No centro histórico não é permitido circular carros, usamos o estacionamento ao lado e fomos a pé. A única maneira de entrar no centro histórico é através de uma das pontes elevadiças do Castello Scaligero! Impressionante!
 
Única maneira de adentrar ao centro histórico de Sirmione


Começamos o passeio visitando o castelo. Ainda era cedo e havia poucos turistas. A visita é apenas na parte externa. É possível subir e percorrer todas as muralhas que circunda a fortaleza e também subir na torre mais alta, com 30m de altura. É incrível a vista do lago adentrando nas fortificações.
Caminho para se andar nas muralhas, ao fundo a torre principal
 
Lago entrando nas muralhas
 
 
 
 O castelo foi construído em 1259 pela família Scaligero. Foi edificado em um local que funcionava um antigo porto romano. A fortificação continuou reforçando um antigo muro que já existia em Sirmione, transformando a cidade em um burgo fortificado.
 
O castelo é todo circundado por águas do Lago de Garda, possui quatro torres de altura média e no centro a grande torre com a bandeira da Itália. Originalmente a única maneira de entrar no castelo era por pontes elevadiças, hoje uma das pontes (da entrada principal) tornou-se fixa.
 
 A incrível vista da península do alto da torre do castelo
 
 
Continuamos o passeio passando pela Igreja de Santa Maria Maggiore. A construção, no século XIII foi feita a partir da ampliação de uma igreja já existente. Sua entrada é composta de um portal de cinco arcadas com colunas em mármore.
Interior da igreja
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Passeamos por uma calçada que beira o lago. Parecia uma praia, até porque o vento formava ondas (marolas) no lago que até parecia mar. A cor da água do lago é muito bonita, considerada pelos escritores como um azul único, típico do Lago de Garda.
Calçadão do lago, com castelo no fundo
 
 
Na ponta extrema da península, há um grande sítio arqueológico chamado "Grotte de Catullo". Apesar do nome, não é uma gruta e não foi de Catullo. O nome vem do período das escavações, quando foram descobertas as ruínas sob a vegetação, já no século XX, acharam que aquilo era uma gruta. Já Catullo, um poeta romano que citou Sirmione em seus poemas, foi apenas um visitante do lugar (há teorias de que ele tinha parentes lá).
Grotte de Catullo
 
 Existem várias hipóteses sobre essa grande construção romana: edifício termal, monastério, teatro, etc, mas independente do que foi, trata-se da maior construção romana encontrada no norte da Itália. São 241m de área construída.

Sua construção foi iniciada no século I a.C. e era composta de três andares. As ruínas que se vê atualmente são apenas do primeiro andar (ou subsolo).

Grande Corredor, com 64 pilastras

 
Todos os pontos das ruínas há fotos mostrando a parte que pertence no grande edifício.
Há também um museu com objetos encontrados nas escavações, pedaços de mosaicos, afrescos, esculturas, ferramenta e até túmulo de pedra.

Do sítio arqueológico pegamos um trenzinho turístico que vai até o Centro Termal de Sirmione. Desde o século XVI os poetas italianos já citavam as bolhas de ar que nascem no Lago de Garda. Mas somente no século XX é que começaram a utilizar essa água sulfurosa, que nasce no fundo do lago, a 330m de distância da península, com 38 graus de temperatura. A água é encanada até esse centro termal, onde é possível tomar banhos com poderes de cura, principalmente do trato respiratório. O preço é 15 euros por hora mas como não estávamos com roupa para banho, deixamos para desfrutar dessas águas em um outro momento...
Piscinas do centro termal, com o lago ao fundo
Piazza de Sirmione

Passeamos um pouco pelas ruelas da cidade antiga e aproveitamos para comer uma bela pizza italiana admirando o lago, na praça central de Sirmione.



 
Finalizamos nosso passeio com um delicioso passeio de lancha (motoschiaffo). O passeio durou cerca de 30 minutos e deu a volta completa ao redor de Sirmione. Nosso marinheiro, Stefano Abate, dava diversas explicações a cada ponto turístico da cidade. É muito bonita a vista que se tem a partir do lago, os castelos, as muralhas, as ruínas... são realmente incríveis desse outro ponto de vista.
 
Manoela e eu em nossa lancha particular


Grotte de Catullo

Paramos para ver as bolhas onde a água termal nasce, um ponto do lago onde a água fria fica quente!
Passamos de barco por baixo de uma das pontes elevadiças do castelo e acabamos nosso delicioso passeio ali no pequeno porto.

O barco passou por baixo dessa ponte




 De volta ao estacionamento, pegamos o Fiat 500 e a rodovia A4 (Veneza-Milão) de volta para nosso hotel para uma soneca antes do voo para São Paulo.


Gastos do passeio por pessoa:
aluguel do carro: 58 euros
combustível: 30 euros
pedágio: 13 euros
entrada castelo: 4 euros
entrada sitio arqueológico: 4 euros
aluguel do barco privado: 20 euros
estacionamento: 4 euros
trenzinho: 1 euro
pizza e gelato: 7 euros
TOTAL: 141 euros

Se o passeio for feito com mais pessoas fica mais barato... eu bem que convidei as 15 pessoas da tripulação, mas só a Manoela topou ir...