quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Vale do Loire - parte 1




       O rio Loire na França é também conhecido como “rio real” pois, há séculos, nobreza e realeza francesa ergueram mais de mil castelos e mansões às suas margens. De acordo com o livro “1.000 lugares para conhecer antes de morrer”, cada uma dessas construções é uma obra prima de suntuosidade e extravagância, que deve ser visitada antes de morrer! O difícil mesmo é escolher quais castelos visitar quando se tem apenas um dia para passear na região. Acabei decidindo pelos dois mais conhecidos: Château de Chenonceau e Château de Chambord.
A melhor maneira de se chegar ao Vale do Loire é de carro, a partir de Paris. Eu e três colegas, Regina, Ronaldo e Valéria, aproveitamos nosso dia “inativo” (sem precisar trabalhar) na capital francesa para fazermos nosso último passeio de 2012.  Saímos cedo, com um Peugeot 207 SW alugado no aeroporto Charles de Gaulle. Em menos de três horas e com a ajuda do GPS, chegamos ao nosso primeiro destino: o castelo de Chenonceau.
Da esquerda para direita: Valéria, Regina, eu e Ronaldo















     A infra-estrutura turística do lugar é tão impressionante quanto sua beleza. Há amplos espaços para estacionamento, várias máquinas para comprar os ingressos (caso tenha muitas filas no caixa normal) e melhor de tudo, um guia de 22 páginas escrito em português!!! Algo que não existe nem no museu do Louvre!
O castelo de Chenonceau foi construído sobre o rio Cher, no século XVI, por Thomas Bohier e Katherine Briçonnet. Foi um presente do rei Henrique II a sua amante preferida Diane de Poitiers, em 1547. Após a morte do rei, a viúva, Catarina de Médicis desalojou Diane e deu prosseguimento a obras de arquitetura no castelo. Já em 1589, ao perder seu esposo Henrique III, Louise Lorraine viveu seu luto dentro do castelo e foi a última representante da realeza a viver no castelo de Chenonceau.
No século XVIII o castelo foi ambiente de saraus e era frequentado por escritores, poetas, cientista e filósofos da época, entre os quais Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi instalado um hospital nas duas galerias do castelo e mais de dois mil feridos foram atendidos graças a enfermeira chefe Simone Menier.

Jardim de Diane de Poitiers
      Depois de familiarizar com a história do castelo, preferimos começar a visita pelos jardins. Visitamos primeiro o jardim de Catarina de Médicis, com 5.500 m2, tem uma vista magnífica da fachada oeste do castelo. Depois fomos ao jardim de Diane de Poitiers, com 12.000 m2 formado por oito grandes triângulos de grama que convergem em um chafariz. Ambos jardins são belíssimos e até no inverno dá vontade de passar o dia apreciando abeleza do lugar.
No interior do castelo, alguns aposentos estavam com a lareira acesa, deixando a visita ainda mais agradável. No piso térreo, inicia-se a visita pela sala de guarda, passando pela capela, quarto de Diane Portiers, Gabinete Verde, biblioteca, a majestosa galeria com 60 metros de comprimento e 18 janelas. 
A grande galeria era usada como um magnífico salão de baile
Capela do castelo com decoração de Natal
Quarto de Catarina de Médicis























 

      A cozinha do Chenonceau fica situada no imenso porão formado pelas duas primeiras pilastras fincadas no leito do rio Cher.  Após a visita a cozinha, volta-se ao andar térreo para a visita ao Salão François I e Salão Luís XIV.
Cozinha localizada no porão

       A escada que conduz ao primeiro andar foi uma das primeiras escadas retas construídas na França. No primeiro andar é possível visitar o vestíbulo de Katherine Briçonnet, o quarto das cinco rainhas, o quarto de Catarina de Médicis, o quarto de César Vendôme, o quarto de Gabrielle D’Estréss. E no segundo andar é o fúnebre quarto de Louise de Lorraine, que viveu seu luto no castelo após o assassinato de seu marido, o rei Henrique III. 
Após a visita ao castelo, passamos pelo pequeno museu de cera, composta pelos personagens ilustres que já moraram ou visitaram o castelo. Também na parte de fora há a chamada “Fazenda do século XVI” que abrange a estrebaria e a horta do castelo. Há também um labirinto de plantas de 1hectare, no meio de uma clareira do parque de 17 hectares.
Fazenda do século XVI

Para voltar ao estacionamento é obrigatória a passagem pela loja de souvenirs. A vontade era de ficar mais e passar o dia todo naquele lugar lindo, aconchegante e bem cuidado, mas como tínhamos pouco tempo seguimos nosso caminho. Continuamos nossa viagem rumo ao maior castelo do Vale do Loire, mas esse vai ficar para o próximo post...

            

Um comentário:

  1. mais um lugar que adoraria ter ido com vc, prima! adoro o blog, porque agora que a gte não se encontra com tanta frequencia, posso pelo menos ler um resumo das suas aventuras ;)

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