segunda-feira, 26 de julho de 2010

Bamberg

Como já escrevi em outras postagens, o verão na Europa é maravilhoso. É muito diferente do nosso verão pois temos esse solzão maravilhoso o ano todo. Lá não! São apenas três curtos meses de dias longos e lindos que contagia todos e deixa o astral e a temperatura lá em cima!!! Nesse ano, desde maio eu tenho aproveitado muito todas as vezes que vou à Europa, e cada passeio tem sido melhor que o outro! É até difícil escolher algum para ser o preferido, é tudo muito legal!!! Na semana passada, tive a belíssima oportunidade de conhecer uma cidade da região da Bavária (ou Baviera) alemã: Bamberg! Mas até chegar lá, foi uma longa história...

Domingo de manhã, 18 de julho de 2010, eu estava bem curtindo o final de semana na minha terrinha querida (Varginha), com planos de voltar para São Paulo à tarde pois minha programação era sobreaviso domingo a tarde e reserva segunda a noite e na terça mais um voo para Milão. Sobreaviso é quando a empresa me paga para ficar com o celular ligado caso eles precisem eu tenho que estar no aerporto em no mínimo uma hora e meia. Reserva é quando eu fico no aeroporto, de uniforme e malas prontas fazendo o que eu quiser em uma salinha da empresa, e caso eles me acionam para algum voo, eu preciso ir às pressas. Enfim, almocei a deliciosa feijoada da minha mãe e peguei a Fernão Dias com o coração na mão de ter que ir embora, mas fui...

Ainda na estrada eu recebo a ligação: Comissária Roberta Fávaro, apresentar-se no aeroporto de Guarulhos às 19:55 para fazer o voo para Frankfurt. Na hora eu nem pensei na correria que seria para arrumar tudo e cancelar os compromissos de segunda e terça, a única coisa que pensava era onde eu iria passear naquelas curtas 30 horas que iria ficar na Alemanha! Chegando em casa abri o livro dos 1000 lugares para conhecer antes de morrer e lembrei da dica que o Paulo já havia ouvido de sua professora de alemão sobre a cidade de Bamberg.

Segundo o livro, Bamberg é reconhecida como uma das mais belas pequenas cidades da Europa. Foi capital do Sacro império Romano- Germânico e guarda uma arca de tesouros arquitetônicos de diferentes períodos. É famosa também pelas suas nove cervejarias (apelidada de éden dos amantes da cerveja). É uma cidade universitária e está tombada pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Não tinha mais dúvidas, esse seria o destino do próximo passeio.

Cheguei muito animada no aeroporto! O voo estava completamente lotado: 365 passageiros. Antes de iniciar o voo eu ouvi o comentário de duas colegas: "Nem fui e já quero voltar" e a outra respondeu: "Eu também"... Nossa! É nessas horas que penso que Deus dá asas a quem não sabe voar! Quantas pessoas gostariam de estar em nosso lugar, aproveitando o maravilhoso verão europeu e muitos que têm essa oportunidade apenas reclamam...

Chegando no aeroporto de Frankfurt, ao invés de pegar o ônibus até o hotel junto com a tripulação, eu fui sozinha para o outro terminal alugar um carro no CarPool da Lufthansa. Eles alugam carros por apenas 18 euros a diária para tripulantes. E, com meu GPS, tudo ficava mais fácil. Poucos minutos depois eu já estava com um Toyota Yaris acelerando na autoban alemã.

Cheguei no hotel o pessoal tinha acabado de chegar. Minha companheira de viagem dessa vez foi a Adriana, uma colega muito simpática e animada que eu já conhecia desde que entrei na empresa. Arrumamos tudo e saímos na maior empolgação!

A viagem de Frankfurt a Bamberg durou duas horas. Chegamos por volta das 20h mas ainda estava sol alto! Fomos direto ao Hotel Central e conseguimos uma última vaga em um quarto duplo por 70 euros. Estacionamos o carro e saímos para passear a pé.



Seguimos por uma grande avenida, apreciando as belas construções e os jardins. Ao final nos deparamos com a famosa construção da antiga prefeitura. É um prédio no estilo enxaimel, construído em cima de uma ponte sobre o Rio Regwitz, dando a impressão de que a construção está flutuando sobre o rio. É possível apreciar a vista de vários ângulos: da própria ponte e das outras duas que estão uma de cada lado. Um lugar muito bonito, charmoso, encantador.

Seguimos pelas vielas, cheias de barzinhos com mesas nas calçadas e pessoas apreciando as famosas cervejas de Bamberg. As ruas do centro da cidade são todas exclusivas a pedestres (tipo ao que chamamos de calçadão) onde é possível apreciar a beleza das construções sem se preocupar com os carros.


Subimos um pouco e chegamos na maravilhosa Domplatz, ou praça da Catedral. O relógio da catedral marcava 21h e o sol ainda estava lá em cima. Em frente a catedral, na mesma praça, fica o Neue Residenz, que significa Palácio Novo, e, no século 18 foi residência dos príncipes-bispos. Tiramos muitas fotos somente por fora pois naquele horário não seria possível visita.

Continuamos subindo os morros de Bamberg, meio sem rumo mesmo e sem querer chegamos na Michaelsberg ("Mount St. Michael"), uma igreja belíssima, construída em um ponto estratégico da cidade, bem no alto de uma colina. Corremos para um dos mirantes para apreciar o pôr-do-sol (já era 21:30). A vista da cidade daquele ponto é fantástica, os telhados das casas formava uma piasagem linda naquele entardecer... Tiramos algumas fotos e descemos por um outro caminho, em meio aos jardins.

Já era noite em Bamberg, e, ao invés dos tradicionais postes de iluminação que temos aqui, lá cada casa possui um luminária , espécie de lustre, muito antigo, que ilumina a rua, mas somente o necessário. Passamos por uma rua exclusiva de pedestres. Havia vários restaurantes e muitas pessoas tomando cerveja e conversando nas mesinhas dos restaurantes colocadas nas calçadas.
A fome já apertava e resolvemos sentar em um restaurante. Cardápio em inglês por favor. Não sei se era o sono e o cansaço mas nem o cardápio em inglês estávamos entendendo, pedimos um em espanhol. O garçom entendeu nossa dificuldade e chegou com um magnífico cardápio de fotos! Muito mais fácil!!! Comemos salada, joelho de porco, batatas e o chucrute (repolho alemão). A Dri experimentou a famosa cerveja escura de Bamberg, eu fiquei no Apfelsaft, apenas suco de maçã. Voltamos ao hotel já era umas 23h, precisávamos dormir porque o passeio iria realmente começar no dia seguinte.









Dormimos como pedras, de tão cansadas. Tomamos um reforçado café da manhã, fechamos a conta do hotel e só passamos no carro pra deixar nossas coisas pois o passeio seria todo a pé!



A primeira parada foi a enorme Catedral de Bamberg! A grande igreja domina a paisagem da cidade. Contruída em 1211, em estilos romântico e gótico francês, possui uma nave tripla e dois coros. Visitamos os pontos principais da Catedral: o túmulo do único papa enterrado na Alemanha, Clemente II, que havia sido bispo na região, o manto azul que pertencia a Henrique II, os atares-mor e as monumentais esculturas que enfeitam os portais. Admiradas com toda aquela beleza, continuamos nosso passeio pois o tempo era curto.



Atravessamos a praça e chegamos ao Neue Residenz, o palácio dos príncipes bispos. Para visitar o interior do palácio é preciso agendar uma visita guiada. Conseguimos um horário só com um detalhe: as explicações eram todas em alemão! Tudo bem, melhor asim do que voltar pro Brasil sem conhecer esse palácio. Foram quase duas horas de passeio pelos aposentos imperiais, quartos e salas muito bem decoradas, com afrescos de antigos mestres alemães. A parte mais impressionante do palácio é a Sala do Imperador, construída entre 1695 e 1704, possui 16 estátuas que retratam os imperadores do Sacro Império Romano. Tudo era lindo, os detalhes da arquitetura, os lustres, os móveis, até as louças.


E, para finalizar, o famoso Jardim das rosas! O jardim do palácio tinha apenas rosas, de todas as cores, tamanhos e beleza única! Fiquei emocionada ao caminhar entre as flores, as fontes e, claro, os turistas! O sol estava bem forte nessa hora.





Continuamos o passeio, fomos até as margens do Rio Regnitz. Fizemos um breve lanche no Nordsee e seguimos para um passeio de barco no Klein - Venedig ("Pequena Veneza"). É um bairro de pescadores, com belas casas enfeitadas com gerânios. Por ficarem bem às margens do rio, e cada casa ter um barquinho, realmente lembra Veneza. O passeio foi legal, havia uma excursão de crianças no mesmo barco e nós ficamos rindo e admirando como elas eram lindas!

Estava tudo muito bom, mas era hora de voltar... Na maior correria voltamos pro estacionamento e pegamos a autoban novamente. Foi um passeio inesquecível e muito especial!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Verona

Tenho até vergonha de revelar de onde veio a idéia de conhecer Verona: dessa vez não foi lendo nos meus guias de viagem e nem no Google, foi durante os trailers do filme Sex and City 2, que assisti no cinema dia 30 de maio. O trailer era do filme holliwooodiano “Cartas para Julieta”, e começa com a frase: Verona, terra de Romeu e Julieta, a mais famosa história de amor do mundo! E mostrava lugares na cidade e nos arredores. Interessei muito por Verona, comecei a pesquisar, e descobri que lá é também um dos 1000 lugares pra se conhecer antes de morrer e que a distância do hotel que fico na Itália seria por volta de 200km, ou seja, estava traçado o destino do próximo passeio. Coincidentemente, estava começando a ler “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, o que me empolgou mais ainda.

Já fui pro vôo equipada com guias e o GPS (com mapa da Europa, que já citei em outra postagem). A idéia era a de sempre, comer e dormir assim que chegasse ao hotel e sair de lá à meia-noite (horário brasileiro) que seria 5h da manhã no horário italiano. Alugar o carrinho Panda no próprio hotel e controlar o tempo pois eram apenas 12h disponíveis para todo o passeio.

Como de costume, convidei todos os colegas do vôo para o passeio e, como de mais costume ainda, somente uma pessoa aceitou o convite, dessa vez foi o Josoel. Apesar de o ter conhecido naquele dia, eu gostei muito da companhia dele pois desde o momento que eu mencionei tudo ele se mostrou muito empolgado com a idéia e, além disso, ele se interessa bastante por fotografia, arte e arquitetura, como eu, o que tornaria nosso passeio melhor ainda.



Algumas informações sobre Verona: é uma das cidades mais prósperas do norte da Itália, seu centro histórico preserva magníficas ruínas romanas, superadas apenas pelas de Roma, e belos palazzi construídos pelos governantes medievais da cidade.

Estava amanhecendo em Arona e nós animadíssimos, ao som de Lady Gaga, seguimos viagem! Após atravessarmos todo o estado da Lombardia na belíssima autostrada italiana, chegamos ao estado de Vêneto e antes das 8 da manhã já estávamos em Verona!

O primeiro desafio era estacionar o carro. Não apenas achar um lugar permitido, porque muitas vagas são exclusivas para os moradores, mas encontrar algum parquímetro e entender como funciona! Após resolver tudo pegamos o guia, água e câmeras fotográficas para começar logo nosso passeio, tínhamos apenas 6 horas para conhecer tudo!

Estava uma manhã fresca e os adolescentes (quase todos fumantes) se aglomeravam nas portas das escolas minutos antes das aulas começarem. Pegamos o mapa e seguimos em direção às margens do rio Ádige. Seguimos pela sua margem, admirando a beleza das pontes, das casas, daquela arquitetura milenar.

A cidade ainda estava vazia, entramos em uma ruela e sem querer nos deparamos com o ponto turístico mais visitado da cidade: a casa de Julieta! Nas duas paredes que dão acesso à entrada da casa (que na verdade são os fundos dela) estão colados milhares de papéis, do chão ao teto, com nomes de pombinhos do mundo inteiro, uma espécie de pedido de benção ao casal mais famoso do mundo! Lá no pátio, a famosa sacada onde Romeu a cortejava e, a estátua em ouro, no tamanho real de Julieta, como prometeu os Montéquio ao ver a filha morta nos braços de Romeu. " ... mandarei construir uma estátua de Julieta em ouro maciço. Enquanto Verona for o nome de nossa cidade, nenhuma imagem terá tanta valor quanto a de Julieta, digna e fiel." SHAKESPEARE. Romeu e Julieta. É possível visitar o interior da casa e também a tumba de Julieta, mas, nós não teríamos tempo pra isso e ficamos apenas com as fotos da parte externa mesmo.

Seguimos pela Piazza delle Erbe e as famosas barraquinhas ainda estavam fechadas. A praça funciona como um mercado há mais de 2000 anos. Antes as ervas era o produto mais comercializado. Hoje a praça é famosa pelas barracas que vendem frutas frescas e sanduíche de pernil. Fizemos um rápido lanche por lá e seguimos em diante. A arquitetura da praça é muito rica: O Palácio Maffei (1668) em estilo barroco, a estátua do Leão de Veneza, que marca a conquista de Verona pelo império de Veneza em 1405, a Casa dei Mercanti com alguns afrescos na fachada e uma belíssima fonte no meio da piazza





Seguimos em frente e passamos por um dos portais da cidade, tiramos algumas fotos e continuamos o passeio. Após caminharmos um pouco pelas ruelas de Verona chegamos ao coração da cidade: a Praça Bra, onde está localizada a famosa Arena, um dos maiores anfiteatros romanos existentes até hoje, que data do século I AC. Ao comprarmos o bilhete pra visita a Arena, descobrimos um bilhete único de 10 euros que dá direito a visitar as principais atrações de Verona. Perfeito! Subimos as escadarias da arquibancada da Arena, lá muito grande! Na verdade, é o terceiro maior do mundo e abrigava toda a população romana de Vereona. Atualmente, a Arena sedia shows, teatros e óperas mas já foi palco das famosas lutas entre gladiadores na época do Império Romano, além de touradas e feiras. Gostamos muito de visitar a Arena, tiramos várias fotos e seguimos em frente.





Fazia muito calor e era ainda de manhã. Pegamos o carro e fomos até o Museu Arqueológico. Esse museu fica localizado nas ruínas de um teatro romano. Este teatro é do século 1 a.C. Pouco resta do palco original mas grande parte da platéia está intacta. Ao lado do teatro tem uma igrejinha onde foi celebrada a primeira missa em Verona. Para chegar até o museu é preciso passar pelo teatro e subir um elevador, o museu fica no alto de umns rochedos. A vista que se tem lá de cima é muito legal: Toda a cidade, o rio Ádige e suas belas pontes. A exposição é muito vasta: mosaicos, cerâmicas, vidrarias e lápides. A visita teve que ser express, devido ao pouco tempo que tínhamos.





Decidimos ir conhecer o Giardini Giusti. Um dos mais belos jardins renascentistas da Itália; foi projetado em 1580. Os portões do jardim já eram lindos! Lá dentro era dividido em diversos jardins menores, daqueles que formam labirintos com os pequenos arbustos e cercas vivas. Além de fontes e estátuas lindas! Seguimos uma trilha que dava até o alto do jardim, com um bosque natural. Outra vista panorâmica da cidade, com seus telhados milenares e o belo rio Ádige margendo tudo.





Já estava na hora de seguirmos para o nosso último destino: o famoso Castelvecchio e a ponte Scaligero. Esse imponente castelo, construído entre 1355 e 1375 abriga uma das mais belas galerias de arte do Vêneto. A vontade era visitar todas as seções, mas não tínhamos tempo pra isso. Ficamos admirando a beleza da ponte em uma das margens do rio e depois fomos até lá. A arquitetura da ponte é também medieval, uma continuação do castelo, cercada de muros altos, muito bonito.





Almoçamos por ali mesmo. Comemos um ravióli delicioso e um gelatto de sobremesa. Nos despedimos de Verona já com vontade de voltar. Nem parecia que estávamos na Itália à trabalho! Duas horinhas depois já estávamos de volta ao hotel e aí sim era hora de nos arrumar e seguir pro aeroporto de Malpensa para mais 12h de voo até Guarulhos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mar Mediterraneo







Que vergonha dos meus queridos seguidores pelo sumiço. Mil desculpas! Tenho tanta coisa pra contar que resolvi começar de traz pra frente. Desde de abril de 2010, eu tenho ido a Itália quatro vezes por mês!!! Nem eu mesma acredito! Quando comecei a estudar italiano, na UFMG em 2002, eu pensava em seguir área acadêmica e ser professora, nunca imaginaria que "parlar" essa língua tão linda seria meu passaporte para estar todas as semanas nesse país maravilhoso. Pois exatamente devido ao idioma (que confesso que preciso estudar mais) eu estou fixa na rota Guarulhos- Milão e muito feliz por isso.

O voo parte de Guarulhos todos os dias às 20:45, sempre no Airbus A340, e costuma chegar em Milão por volta de 13h local. Durante as 11h de voo, posso descansar por umas 3h30min na maravilhosa crew rest ou sarcófago, são pequenas camas destinadas ao descanso da tripulação que ficam no porão traseiro da aeronave... parece estranho mas elas são ótimas para descansar. O voo tem suas particularidades, a principal é a quantidade de travestis que estão sempre indo e vindo, parece que eles são bem queridos na Itália. Alguns são muito bonitos/as, outros até assustam; mas o que mais me chamou a atenção foi uma que era mãe de um bebezinho...
O voo sempre chega no aeroporto de Malpensa e o hotel selecionado pela empresa para ficarmos as 30 horas de descanso fica mais ao norte, em uma pequena cidade chamada Arona, às margens do famoso Lago Maggiore.

Arona fica a 60km de Milão e a 80 km da fronteira Suíça, é possível avistar os Alpes de lá. É uma cidadezinha muito bonita, de veraneio para os italianos. O hotel que ficamos hospedados é bem no centro da cidade, próximo da estação de trem, dos passeios de barcos e de deliciosas gelaterias... Desde que comecei a fazer esse voo (em abril), o tempo vem ficando cada vez melhor e é possível curtir muito essa região. Bom, como tenho muitos passeios para contar, vou dedicar essa postagem ao passeio que fiz ontem (23/06) a belíssima península de Portofino, na região da Ligúria, no mar Mediterrâneo.

A idéia desse lugar veio do livro "1000 lugares para conhecer antes de morrer", lá fala que esse e o vilarejo mais visitado do mundo e eu fiquei mais empolgada ainda. Pelo Google Maps vi que eram apenas 225 km de Arona. Com o maravilhoso GPS com mapa da Europa que o Paulo trouxe pra mim da China e o costume de viajar 300 km na Fernão Dias toda semana no trecho Varginha-São Paulo, isso seria fácil.

Gosto de passear em companhia de algum colega, mas já expliquei em outras postagens que a maioria não gosta de sair. E, antes mesmo do voo decolar, eu ja havia convidado alguns colegas, mesmo sem conhecê-los bem, para desbravar o vilarejo de Portofino. O plano era o seguinte: chegar no hotel, tomar banho, comer e dormir direto até 5 da manhã local, que seria meia noite no horário do Brasil. Pra quem já estava uma noite sem dormir, foi fácil dormir 12 horas seguidas.

Estava amanhecendo quando preenchi os papéis para alugar o carro do próprio hotel. O carro deles é um Panda, da Fiat, parecido com o novo Uno, bem pequeno. A única colega que apareceu pra ir comigo foi a Elilde e eu fiquei muito feliz com a companhia dela.

A aventura começou ainda em Arona, na hora de abastecer o carro. Os postos de gasolina lá não tem frentistas e naquela hora não tinha ninguém na loja de conveniência. Colocamos uma nota de 50 euros, selecionamos a bomba mas quem disse que o bico encaixava no tanque do carro!? Forçava e a gasolina vazava tudo! E a máquina engoliu nosso dinheiro e não devolvia. eu nervosa apertava todos os botões. Daí resolvi pegar outro bico (cada bomba tinha três) e descobri que o outro encaixava perfeitamente no tanque do carro.. ahnn... era o tipo de combustível " benzina senza pb" ... só que nesse momento, a máquina já tinha cancelado a operação e engolido nosso dinheiro. Foi aí que a Elilde viu um recibinho saindo, escrito o valor do reembolso. Poderíamos Ufa! Achamos melhor ir a outro posto. Chegando lá também não havia ninguém, o dia já estava claro. Olhamos o bico da bomba e colocamos só 10 euros, deu certo!!! Aleluia! Depois colocamos mais 30. Até foto a Elilde tirou da minha cara de aliviada abastecendo o Pandinha. Conclusão: Viva os frentistas !!!
A viagem foi ótima! O GPS ia indicando tudo precisamente, e a autostrada italiana é muito melhor que a Fernão Dias, sem comparações (apesar que foram quase 30 euros de pedágio). Depois de uns 180 km, quase chegando em Gênova, foi possível avistar o imenso Mar Mediterrâneo. Muito bonito!! Passamos por fora de Gênova e logo saímos da autostrada, aí sim a viagem ficou mais linda: estradinhas estreitas nas encostas do Mediterrâneo... era umas 8 da manhã e o dia estava lindo e nós estávamos muito emocionadas e empolgadas com tudo!

Chegamos em Portofino, deixamos o carro em um estacionamento e corremos para aproveitar as poucas 5 horas que tínhamos naquele belíssimo lugar. Portofino é um vilarejo de 529 habitantes. Considerado o mais belo porto do Mediterrâneo, é frequentado por milionários do mundo inteiro que atracam seus sofisticados iates.

Foi possível verificar o alto padrão do lugar pela quantidade de lojas de grifes: Dior, Louis Vuitton, Gucci e várias outras. Os iates atracados eram maravilhosos, enormes, alguns tinham até jet skys. Eram 9 da manhã e não tinha quase ninguém. Seguimos uma trilha pavimentada de pedra, dentro de um parque que levava ao castelo Brown, no alto da cidade. A vista ao longo da caminhada era linda, não sabíamos onde tirar mais fotos! Mas o acesso ao castelo só seria possível a partir das 10h e não poderíamos perder tempo.

Descemos de volta a Piazalle Portofino, fizemos um lanche breve e já tava na hora do nosso passeio de barco. Por 10 euros, fomos de barco até San Fruttuoso. O barco vinha da cidade vizinha S Margherita Ligure e estava bem cheio, turistas do mundo todo! Foi uma passeio de 25 min e tudo era extremamente lindo. A cor da água, a altura das montanhas, o calor, a felicidade que eu tava sentido em navegar no Mediterrâneo... me lembrei da primeira vez que andei de lancha na represa de Furnas, no rancho de uma colega, quando era criança.. que delícia é a sensação do vento e do balanço das águas...

Ao chegarmos do outro lado da península, uma surpresa: uma pequena praia, com águas claríssimas e uma abadia do século 11, escondida entre a imensa montanha e o mar, o único acesso é de barco. A praia estava cheia de banhistas e nós, brasileiras, estávamos sem biquíni... não nos conformávamos... a água parecia deliciosa, embora a praia era de pedregulhos ao invés de areia.. nem de chinelos estávamos.. que vergonha... heheh!! Subimos até a torre da Abadia e tivemos outra vista maravilhosa. Nesse momento conversamos sobre a arte de conseguir transformar coisas tão lindas em palavras, eu gostaria de conseguir descrever cada centímetro daquele lugar mas não consigo...

Uma hora depois o barco já estava voltando e nós subimos animadas pra continuar o passeio. De volta a Portofino, subimos as escadarias e rampas que levava ao Castelo Brown, e lá sim tivemos a vista mais linda do vilarejo. Não conseguia parar de tirar fotos! Mesmo sabendo que estavam todas iguais, a beleza hipnotizava meus olhos... Dentro do castelo era simples e estava tendo uma exposição de fotos de celebridades que frequentava Portofino nas décadas de 60 e 70: Elizabeth Taylor, Frank Sinatra, Marcelo Martroiani, Briggite Bardot, Sophia Loren e muitos outros. Bem interessante, mas a paisagem realmente era o que mais destacava.

Milhões de fotos depois, era hora de descer o morro e aceitar o fato de ter que ir embora... Antes, uma refeição bem italiana, de frente para o mar: gnocchi al pomodoro, muito gostoso mas o preço era bem salgado, só a água custou 9 euros!! Ahahaha!! Tinha que rir da situação, um restaurante chiquérrimo, de frente a iates que nem imagino os valores, não poderia ser barato... Enfim, era a hora de retornar, pois ainda tínhamos que atravessar o Oceano Atlântico trabalhando!!!

Fizemos uma ótima viagem de volta a Arona e outra bem cansativa de volta ao Brasil, pois o voo estava completamente lotado, isso significa muito trabalho.

Apesar das olheiras nas fotos, da loucura do jet leg e dos euros gastos, esse dia tão especial será inesquecível. Eu falava várias vezes "Obrigada meu Deus, pela oportunidade de ver algo tão lindo..." Agradeço imensamente a agradável companhia da Elilde e aos ótimos presentes que ganhei do meu amor: o GPS com mapa da Europa e o livro dos 1000 lugares para conhecer antes de morrer... agora só faltam 999!!!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Würzburg




Tenho tantas histórias e passeios pra contar que fico perdida sem saber o que escrever. Daí resolvi começar pelos marcantes e me lembrei de um passeio maravilhoso que fiz em agosto de 2009 na Alemanha.

O verão na Europa é maravilhoso! Tudo fica diferente, os lugares, as plantes e, principalmente, os europeus! Eles ficam muito mais felizes nos curtos três meses que se consegue mais de 20 graus Celsius!! Claro que pra nós brasileiros, é mais difícil entender pois temos nosso verãozão o ano todo! Mas quando se passa a maior parte do ano morrendo de frio, sair sem blusa é grande motivo de comemorar!!! Por isso, quando vou à Europa no verão fico mais animada ainda pra passear e conhecer lugares novos, ainda mais que os dias são super longos (o sol se põe por volta de 22h!).

Então, quando saiu minha escala de agosto e vi que iria pra Alemanha três vezes, fiquei super empolgada e comecei a fazer planos. Já conhecia Würzburg pelas fotos do Paulo, que havia passeado por lá em fevereiro daquele ano. Fiquei muito interessada e comecei a pesquisar no Google e nos guias e já cheguei no voo afiadíssima convidando o pessoal pra ir comigo.

A tripulação de revezando do Boeing 777 é composta por 19 pessoas: 4 pilotos e 15 comissários, quantos se interessaram em conhecer uma cidade na Bavária? Somente uma colega! É intrigante como o pessoal não gosta de passear, não sei se é pelo dinheiro, pelo cansaço, pelo "medo" de dar alguma coisa errado, ou pelo fato de não falar o idioma... enfim, eu e a Paty tínhamos certeza que seria o máximo!

Chegamos no hotel Ramada em Bad Soden, cidade vizinha a Frankfurt, por volta de 16h local. O plano era: comer e ir dormir. Nessa época do ano, a diferença de fuso entre Alemanha e Brasil são 5 horas e nosso relógio precisa ficar no horário do Brasil, pra gente não pirar (muito). Portanto, nosso despertador foi programado para 00:00!!! Parece loucura, mas na verdade já eram 5:00 lá, já estava amanhecendo!
Saímos empolgadíssimas do hotel, pegamos o trem até a estação central de Frankfurt. Chegando lá, compramos nossos bilhetes do DB (Deutsh Banh) e embarcamos no trem bala chiquérrimo pra percorrer os 130 km até lá!
No trem já foi o máximo! tomamos café da manhã, tiramos foto. Aliás, nessa hora eu percebi que minha câmera estava sem bateria e minha primeira reação foi desesperar!!! Que burrice! Como eu pude fazer uma coisa dessas??? Respirei fundo e pensei: não adianta fazer mais nada agora, não posso deixar de curtir esse passeio por causa das fotos e ainda bem que existem as fotos mentais!!! E, ao longo do passeio, a Paty me emprestava a câmera pra tirar fotos e depois, com o maior carinho e atenção ela me mandou todas por e-mail depois! Muito obrigada, querida!!!
Chegamos na estação central de Würzburg e já compramos um mapa, a gente não podia ficar perdidas! Da estação já dava pra ver os vinhedos nos morros e, embora fosse umas 9h local, pra eles ainda é cedo, as lojas estavam fechadas e as ruas vazias.
Seguimos pelo centro e chegamos ao Juliuspital. O famoso hospital da cidade com mais de 430 anos de história! Criado pelo príncipe-bispo Julius Echter, o hospital possui vinhedos, produz vinhos e os utiliza em muitos tratamentos. Nós passeamos apenas nos jardins, admirando a beleza da arquitetura do enorme prédio.
Continuamos a andar pelo centro da cidade e chegamos às margens do rio Main, é o mesmo que passa em Frankfurt. É muito bonito e do outro lado da margem já dava pra avistar a grande e oponente fortaleza de Marienberg no alto de uma colina repleta de vinhedos. Seguimos em direção a famosa ponte (Alte Mainbrücke), construída em 1473 e, em 1730 foi adornada com imagens de santos e pessoas famosas. Atravessamos a ponte admirando cada detalhe e tirando várias fotos e seguimos em direção à fortaleza.
Tinha vários caminhos pra se chegar até lá, de qualquer jeito tinha que subir o morro. Escolhemos o caminho mais longo, que percorria todo o vinhedo em zigue-zague. Que maravilha! Até as uvas a gente esperimentou! Caminhamos, subimos, e nos deslumbramos com a beleza do lugar. Quanto mais a gente subia, mais conseguia ter uma vista panorâmica da cidade.
A Fortaleza de Marienberg começou com a uma igreja do século I, mas só virou forte no século XIII. Foi residência dos príncipes-bispos por quase cinco séculos e foi usada como forte em várias guerras ao longo da história, inclusive a Segunda Guerra Mundial. Não teríamos tempo para entrar e conhecer tudo, infelizmente. Escolhemos conhecer os pátios e admirar a bela vista do lugar. Fizemos um pequeno pic- nic com uma vista impressionante da cidade, do rio e das pontes.
Descemos a colina por outro caminho, admirando a beleza dos portões todo decorado que unia os muros. Atravessamos novamente a ponte e já estávamos no centro novamente, agora já tinha bastante movimento e o comércio já estava funcionando! Tudo lá é muito bonito pra gente! Até as vitrines, padarias e açougues dá vontade de fotografar! Conhecemos várias igrejas no centro, fizemos um lanchinho no Nordsee (batatas, camarões e peixes). E seguimos o passeio.
Um importante ponto turístico da cidade é o Würzburg Residenz. Um palácio/ castelo maravilhoso, encomendado por dois príncipes bispos, em1720. Embora tenha sido bastante destruído na Segunda Guerra, foi totalmente restaurado, como vários edifícios em toda a Alemanha.
Entramos no palácio e confesso que fiquei deslumbrada com a escadaria central e o teto... que maravilha... A pintura se mistura com as esculturas de uma maneira tão magnífica que nem é possível transmitir através de palavras... Conhecemos todos cômodos: salas, quartos, salões, que incrível, que impressionante.
Conhecemos também a belíssima capela e os jardins... com flores maravilhosas, todas muito coloridas e a grama muito verde, as árvores bem aparadas com fontes e chafarizes... dava vontade de ficar naquele lugar pra sempre! Mas, não dava pra parar o tempo. A gente ainda precisava voltar pra Frankfurt, voltar ao hotel, ir pro aeroporto e voar (trabalhando) mais 12 horas de volta do Brasil! Ufa!
Mas deu tudo muito certo! Pegamos o trem-bala de volta (cochilando) e depois o bonde até Bad Soden e ainda conseguimos mais um cochilo no Ramada antes de irmos pro aeroporto. Daí voltamos ao horário do Brasil, parecia que tínhamos vivido dois dias naquele dia! Foi muito legal, uma experiência incrível que eu amei!!!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

London London!!!


21 de fevereiro de 2007! Meu primeiro grande voo internacional!! Destino: Londres, Inglaterra. Desde quando foi publicado esse voo na minha escala eu já não me aguentava de ansiedade! Comecei a ler todas as informações a respeito, peguei guias emprestado, mapas, além de fuçar horas no Google. A emoção de conhecer a Europa, fazer um voo longo em um avião grande era muita!
Na verdade, os voos internacionais funcionam assim: decolam sempre do aeroporto internacional de Guarulhos por volta de 23h, chegam na Europa 12 horas depois. A diferença de horário lá costuma ser de 2 a 5 horas a mais, dependendo da época do ano. Na noite seguinte voltamos pra São Paulo, ou seja, temos a oportunidade de ficar lá por volta de 30 horas. Não é muito, mas se bem planejado é suficiente pra se conhecer uma coisa de cada vez.
Especialmente nesse primeiro voo, eu estava exageradamente empolgada! Tudo era maravilhoso, mágico! Como era inverno lá e verão no Brasil, a diferença era de apenas duas horas. São 12 comissários e 4 pilotos que compõem a tripulação de revezamento no airbus A330. Todos chegam cansados no destino e são poucos os que querem sair. Eu já tinha uma companhia certa, a Rachel, uma colega que entrou na empresa junto comigo e também estava fazendo seu primeiro voo internacional. A gente tava tão ansiosa pra sair que nem tomamos banho!!! (até hoje eu não acredito nisso) Trocamos de roupa rapidamente ao chegar no hotel e corremos pro metrô (underground).
O hotel que ficamos hospedadas é próximo ao aeroporto de Heatrow, dependendo do quarto é possível ver aviões pousando de 30 em 30 segundos!!! Tem uma estação de metrô ao lado do hotel, que dá pra ir a pé e facilita muito nossa vida.
Compramos um travelcard por 7,50 libras e entramos animadas no trem com destino a Tower Bridge. A viagem foi longa, quase uma hora! Tinha que fazer conexão e trocar de linha, eu ia olhando com atenção no mapa para aprender e entender a gigantesca malha do underground londrino, é realmente impressionante. A minha teoria para todos os metrôs que já andei é a seguinte: "Tucuruvi-Jabaquara", como no metrô de São Paulo, é só olhar qual a direção e o destino final dessa direção, não tem erro!
Então, quando descemos do trem, já era noite! Pra nós brasileiros é muito estranho como no inverno os dias são curtos lá. Eram 16h e já estava escuro. O frio era cortante! Descobri que casacos de couro só servem para os invernos brasileiros!
Saindo do metrô, damos de cara com um castelo enorme e antigo, a Torre de Londres. Com a ajuda do guia, descobri que foi construída em 1066 e já foi castelo, fortaleza, arsenal, tesouro, prisão, local de tortura... no primeiro minuto em Londres já percebi quantos anos de história tinha aquele lugar. Hoje, a Torre de Londres é um museu, aberto a visitação, e abriga as jóias da Coroa britânica. Algo maravilhoso mas que será contando em outro texto, pois nesse dia nós só tiramos fotos!
Descemos mais um pouco e nos deparamos com a grande ponte com as duas torres: a Tower Bridge. Já estava toda iluminada e linda! Eu ficava cada vez mais empolgada e emocionada de ver tudo aquilo!
Após várias fotos voltamos ao metrô e seguimos até a estação Westminster. Saindo da estação, é possível ver o grande Parlamento Inglês com a famosa torre do relógio, onde está o grande Big Ben, um sino de 14 toneladas.
O frio era muito, mas a empolgação era maior ainda! Do outro lado do rio Tâmisa dava pra ver a London Eye, a maior roda gigante do mundo de 135 metros de altura, com uma iluminação vermelha linda.
Passamos pela Abadia de Westminster procurando um lugar pra comer. Achamos um pub que servia pratos por 7 libras. Comemos uma massa enquanto todos assistiam a um jogo de futebol e tomavam cerveja.
Depois pegamos o trem de volta pro hotel cochilando...
Na manhã seguinte saímos cedo em direção ao Palácio de Buckhingham (palácio oficial da rainha Elisabeth em Londres) pra ver a troca da guarda que começou pontualmente às 11:30 am. Eram tantos turistas que mal conseguíamos ver direito, tínhamos que achar um espacinho no meio da muvuca da Torre de Babel onde cada um falava uma língua diferente. Foi muito legal! A cavalaria percorre as ruas dos jardins reais, depois fazem as continências, com gritos e tudo, depois os soldados fazem uma meia lua com diversos instrumentos musicais e tocam algumas músicas. Nós adoramos!!! Mas nem terminamos de ver toda a apresentação já corremos para o metrô pois o passeio tinha que continuar! Descemos na estação Baker Street, a famosa rua do Sherlock Holmes, mas nosso destino era o famoso museu de cera Madame Tussaud. A empolgação era tanta que nem ligamos de esperar 1 hora na fila e pagar umas 30 libras para entrar. Que lugar fantástico! As estátuas de cera são de personalidades famosas, nos seus tamanhos reais!! Elas ficam espalhadas pelas salas do museu e a gente pode abraçar, tocar e brincar com elas. São tão bem feitas que parecem reais: os cabelos, os cílios, até as tatuagens!!! Tiramos dezenas de fotos com todas as celebridades possíveis: Tom Cruise, Brad Pitt, Morgan Freeman, Airton Senna, Gandhi, Papa João Paulo, Julia Roberts, os Beatles e vários outros! O mais engraçado foi quando ficamos esperando uma moça sair da frente do Will Smith e ela nunca saia, depois de um tempo percebemos que a fotógrafa na verdade era uma estátua de cera também!!! Muito bem feita!! Lá dentrovtem um planetário, fazendo um paralelo entre as estrelas do céu e as da terra (celebridades), nós adoramos!! Saímos de lá, almoçamos (pizza) e voltamos ao hotel pois mais 12 horas de voo e de trabalho nos aguardavam. Voltamos pro Brasil com gostinho de quero mais...
E realmente, com os anos eu tive muito mais! Já fui a Londres umas 20 vezes!Nem eu acredito nisso! Já me diverti muito, já passei muito frio, já visitei muitos museus e monumentos, já fui no interior da Inglaterra,e sei que ainda falta muito!! Mas foi nessa primeira vez que descobri o quanto me sinto bem lá e fico feliz em ter a oportunidade maravlhosa de poder voltar tantas vezes em um lugar tão rico de história e cultura!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Primeiro voo

Escolhi uma carreira nos ares sem nunca antes ter voado! Alguns me sugeriam de comprar uma passagem aérea pra qualquer lugar só pra ver como seria, mas nem isso eu tive oportunidade.

Meu primeiro voo mesmo não foi trabalhando. A empresa tem uma política de passes, são fornecidos oito passes por mês para qualquer destino dentro do Brasil sem custo algum!!! Quando descobri isso (ainda na seleção), fiquei maravilhada, deslumbrada, extremamente feliz!! Quer benefíco melhor que esse?!! Enfim, ainda no treinamento, tive um dia de folga e aproveitei pra estrear meu passe e passar um dia em Belo Horizonte.

Acordei cedo e fui pro aeroporto de Congonhas, o voo era as 6h20min. Entrei no avião, ocupei meu lugar na janela e fiquei extremamente empolgada. Hoje eu sei que voar é a coisa mais normal, mas emoção que a gente sente na primeira decolagem é indescritível!

Mas o que mais me impressionou na rota SP-BH é como a aerovia passa exatamente em cima da rodovia Fernão Dias... Em minutos a gente percorre lá em cima o que demora horas lá em baixo, é incrível!! Viva Santos Dummont! 20 minutos após a decolagem pude ver perfeitamente minha querida cidade de Varginha. Como era pequenininha olhando lá de cima...dava pra ver tudo, a avenida do Contorno, o clube Campestre, a rodovia que liga a cidade à Fernão Dias... Fiquei tão empolgada! Achei o máximo!

O pouso no aeroporto da Pampulha foi o máximo! Conhecia bem região por ter morado lá perto por dois anos e me empolguei mais ainda durante o procedimento de descida!

Na volta a mesma empolgação!!! Melhor ainda: o comandante me convidou pra ir na cabine de comando! Perfeito!! Passamos por cima de Furnas, Campinas e logo pudemos apreciar as luzes do tráfego intenso da Grande São Paulo!

Depois desse dia, descobri o quanto é maravilhoso voar! Apesar de ficar presa em um tubo pressurizado em cima de um tanque cheio de combustível, a sensação de observar tudo lá de cima vale a pena! E chegar no destino então... melhor ainda!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

São Paulo

Com tantas cidades que já visitei, explorei, descobri, me perdi... não sabia por qual começar a escrever. Então percebi que deveria começar por essa gigantesca megalópole. São Paulo assusta! Principalmente pra quem vem do interior de Minas. Aprender a se virar sozinha em uma cidade de mais ou menos 12 milhões de habitantes não é fácil, mas quem disse que seria? Pra embarcar nessa nova vida, eu teria que morar em São Paulo, pois todos os voos saem e voltam pra lá.
No primeiro mês me virei em uma pensão próxima ao aeroporto de Congonhas, área relativamente "nobre" de São Paulo. Tive que engolir um custo de vida muito superior ao que sempre tive (mesmo em Belo Horizonte), parecia que, em reais, tudo era o dobro do preço: o aluguel, as refeições, o transporte... mas até aí beleza, o salário deveria ser compatível... Pela primeira vez tive que dividir meu quarto, pode parecer arrogante mas pra quem sempre teve seu próprio espaço, ter que dividir um quarto com outras quatro pessoas estranhas, cada uma de um ponto do país, não é fácil, mas quem disse que seria?
Bom, agora quero apresentar meu real perfil nos textos que irei escrever: sou exploradora e corajosa! Adoro explorar lugares desconhecidos, pegar um guia, um mapa e sair andando seja de ônibus, metrô, táxi ou a pé. Se tenho companhia, ótimo! Se não tenho, bom também! Como sou muito ansiosa, não quero perder tempo e vou conhecendo tudo. Graças a isso conheço tantos lugares maravilhosos, e sei que ainda tenho muito a conhecer.
Antes de começar a voar, tive que fazer um treinamento de 2 meses em terra. Então foi assim: em uma semana em São Paulo eu já conhecia: o MASP (museu de arte de São Paulo, com telas de artistas renomados), a 25 de março (loja de comércio popular extremamente lotada o ano inteiro), o bairro Liberdade (bairro de imigração japonesa), a catedral da Sé (enorme, tem 65 metros de altura e ocupa um quarteirão inteiro bem no centro da cidade), além dos shoppings Morumbi, Ibirapuera e Paulista e o maravilhoso Terminal Rodoviário Tietê, onde eu pegava os ônibus Bragança ou Santa Terezinha e em longas 6 horas chegava na minha querida cidade!!!
A avenida Paulista é marcante! Cada prédio enorme, milhões de pessoas nas calçadas, milhões de carros na rua... é engraçado mas me sentia (e sinto até hoje) o Chico Bento nas histórias que ele ia visitar o primo na cidade grande... é examente aquilo, muito diferente da vida que sempre tive.
O metrô de São Paulo é maravilhoso! Nem preciso dizer que nunca tinha andado de metrô na vida, mas foi uma experiência e tanto!!! Muito legal aquele trem passando veloz enquanto os carros estavam todos parados no trânsito infernal da cidade. Foi legal até a primeira vez que peguei nos horários de pico e fiquei espremida junta com a mala, com medo de alguém me roubar ou cortar meu cabelo (já ouvi essa história)... Isso é outro assunto a ser falado: "São Paulo é perigoso!", ouvi isso minha vida toda! A gente já chega na cidade com medo... mas é muito diferente, depois que você vê que todos são pessoas normais, que acordam cedo, vão trabalhar ou estudar.. bandidos sempre tem, em todas as cidades! O Brasil é um país de Terceiro Mundo, a miséria e desiguladade é gritante e isso incentiva o crime, mas odeio rótulos! Na minha opnião, São Paulo é tão perigoso quanto Rio, BH ou Varginha, devemos ficar atentos onde quer que estejamos...
Voltando ao metrô, depois que descobri (sozinha) como colocar o bilhete na catraca, olhar o sentido (Tucuruvi- Jabaquara) e as maravilhas do bilhete único (cartão eletrônico que dá pra andar de ônibus e metrô pagando apenas uma tarifa) aí sim eu desbravei São Paulo: Compras no Bom Retiro e no Brás (todos os lojistas de Varginha compram lá), teatros (musicais maravilhosos no Teatro Abril), Parque do Ibirapuera (dá pra alugar bicicleta), Pátio do Colégio (erguido pelos jesuítas em 1554). Sem contar os passeios de carro quando eu recebia a visita especial do meu namorado varginhense que é meu super parceiro de viagem, a gente foi ao Instituto Butantã, onde tem um coleção enorme de animais peçonhentos, no Palácio do Ipiranga, onde Dom Pedro I proclamou a Indepedência do Brasil, o zoológico onde a gente fica dentro do carro e os animais ficam soltos, o Museu da Língua Portuguesa, na estação da Luz... Mas na minha opnião, o melhor ponto turístico de São Paulo é o topo do Edifício Banespa, no alto de 35 andares é possível ver a real dimensão dessa gigante e maravilhosa megalópole!!!
Com os anos, fui aprendendo cada vez mais a andar em São Paulo, depois de três anos de Terminal Tiete, acabei comprando um carro, aí sim ficou melhor ainda... tirando o transito infernal, ter carro em SP é muito bom! O ruim é quando perde a saída, e o retorno é dali 20 km!! hehehhe!! Já me perdi muito nesse trânsito louco!!
Em 2008, devido aos voos somentes internacionais, acabei me mudando pra Guarulhos. Fica mais fácil pra pegar a Fernão Dias e ir pra Minas e pra ir pro aeroporto também.
Mas sinto que Guarulhos é um bairro de São Paulo, é tudo "grudado", não dá pra saber onde começa um e termina outra cidade da Grande São Paulo... Mas é uma experiencia maravilhosa conseguir se virar na maior cidade do país!!!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

De Varginha para o mundo

Nasci e fui criada em uma cidade no interior de Minas Gerais, que é o interior do Brasil. Varginha é uma cidade de médio porte, com clima excelente (só fui descobrir isso depois que saí de lá) e habitantes bem mineiros(isso não tem tradução). Até os 17 anos quase nunca saia da cidade; estudei sempre no mesmo colégio, frquentei o mesmo clube, morei na mesma casa, sempre tive os mesmos vizinhos que por sinal eram os mesmos quando meus pais eram crianças... A cidade se tornou interplanetária, aumentaram os prédios, chegaram novas faculdades, novos alunos, novas empresas, novos habitantes... Quando tinha 13 anos comecei a estudar inglês, era um cursinho particular mas quem frequentava eram os meus mesmos colegas do colégio. Quanto mais aprendia inglês mais vontade tinha de viajar e conhecer os lugares. Eu pesquisava tudo sobre viagens, intercambios, au pair, cultura de todos os países, me perdia nos mapas, sem saber ao certo o queria. Tudo dependia de muito dinheiro, que no meu caso sempre foi um grande empecilho. Quando minhas colegas foram pra Disney com 15 anos e ficava seguindo o itinerário delas, pensando onde elas estariam cada dia. Mas é engraçado como são nossos sonhos quando adolescentes, a gente quer tudo mas ao mesmo tempo acha que é tão impossível que nem se esforça tanto pra conseguir. Eu fui assim, sempre quis conhecer o mundo mas me contentava com as excursões ao Playcenter, a Tiradentes e Caxambu (que são lugares maravilhosos por sinal).

Enfim, quando me mudei pra Belo Horizonte pra fazer faculdade acabei morando próximo ao aeroporto da Pampulha. E aquele movimento de aviões me fez despertar um sonho antigo, quase descartado em minha vida: ser aeromoça (ou comissária de voo, tanto faz). Me matriculei no curso, financiada pelos meus pais, e aí que os sonhos iam se aflorando mais e mais... depois de estudos, exames médicos, sobrevivencia na selva, fotos, curriculos e processo seletivo, em 15 de março de 2005, com 20 anos, eu consegui ser contratada pela maior empresa aérea do Brasil! Mal sabia o quanto a minha vida tinha acabado de mudar.

Muitas transformações! Sou muito apegada a minha família, ao namorado e as minhas tradições do interior de Minas. De repente tive que me mudar pra SP, trabalhar com pessoas diferentes de todos os lugares do país e estar cada dia em um lugar diferente.

Gostaria de ter criado esse blog há cinco anos atrás, pra poder contar tudo, cada cidade que visito, cada comida, cada voo, cada experiência... tem que ser tudo registrado e compartilhado com as pessoas que amo.

Depois de 2 anos rodando esse nosso Brasilzão eu já estava nas rotas internacionais... É incrível como viajar abre nossa cabeça, como é bom conhecer novos lugares, novas culturas, novas pessoas.

Quero dedicar esses meus textos (simples) a todos aqueles que me esperam e que entendem a minha ausencia. Posso estar aos pés do Big Ben, da Torre Eiffel, do Cristo Redentor, do coliseu, da Estátua da Liberdade, no calor, no frio, na neve ou na chuva... eu nunca esqueço o quanto sou varginhense, mineira e brasileira... com muito orgulho!