segunda-feira, 26 de julho de 2010

Bamberg

Como já escrevi em outras postagens, o verão na Europa é maravilhoso. É muito diferente do nosso verão pois temos esse solzão maravilhoso o ano todo. Lá não! São apenas três curtos meses de dias longos e lindos que contagia todos e deixa o astral e a temperatura lá em cima!!! Nesse ano, desde maio eu tenho aproveitado muito todas as vezes que vou à Europa, e cada passeio tem sido melhor que o outro! É até difícil escolher algum para ser o preferido, é tudo muito legal!!! Na semana passada, tive a belíssima oportunidade de conhecer uma cidade da região da Bavária (ou Baviera) alemã: Bamberg! Mas até chegar lá, foi uma longa história...

Domingo de manhã, 18 de julho de 2010, eu estava bem curtindo o final de semana na minha terrinha querida (Varginha), com planos de voltar para São Paulo à tarde pois minha programação era sobreaviso domingo a tarde e reserva segunda a noite e na terça mais um voo para Milão. Sobreaviso é quando a empresa me paga para ficar com o celular ligado caso eles precisem eu tenho que estar no aerporto em no mínimo uma hora e meia. Reserva é quando eu fico no aeroporto, de uniforme e malas prontas fazendo o que eu quiser em uma salinha da empresa, e caso eles me acionam para algum voo, eu preciso ir às pressas. Enfim, almocei a deliciosa feijoada da minha mãe e peguei a Fernão Dias com o coração na mão de ter que ir embora, mas fui...

Ainda na estrada eu recebo a ligação: Comissária Roberta Fávaro, apresentar-se no aeroporto de Guarulhos às 19:55 para fazer o voo para Frankfurt. Na hora eu nem pensei na correria que seria para arrumar tudo e cancelar os compromissos de segunda e terça, a única coisa que pensava era onde eu iria passear naquelas curtas 30 horas que iria ficar na Alemanha! Chegando em casa abri o livro dos 1000 lugares para conhecer antes de morrer e lembrei da dica que o Paulo já havia ouvido de sua professora de alemão sobre a cidade de Bamberg.

Segundo o livro, Bamberg é reconhecida como uma das mais belas pequenas cidades da Europa. Foi capital do Sacro império Romano- Germânico e guarda uma arca de tesouros arquitetônicos de diferentes períodos. É famosa também pelas suas nove cervejarias (apelidada de éden dos amantes da cerveja). É uma cidade universitária e está tombada pela UNESCO como patrimônio da humanidade. Não tinha mais dúvidas, esse seria o destino do próximo passeio.

Cheguei muito animada no aeroporto! O voo estava completamente lotado: 365 passageiros. Antes de iniciar o voo eu ouvi o comentário de duas colegas: "Nem fui e já quero voltar" e a outra respondeu: "Eu também"... Nossa! É nessas horas que penso que Deus dá asas a quem não sabe voar! Quantas pessoas gostariam de estar em nosso lugar, aproveitando o maravilhoso verão europeu e muitos que têm essa oportunidade apenas reclamam...

Chegando no aeroporto de Frankfurt, ao invés de pegar o ônibus até o hotel junto com a tripulação, eu fui sozinha para o outro terminal alugar um carro no CarPool da Lufthansa. Eles alugam carros por apenas 18 euros a diária para tripulantes. E, com meu GPS, tudo ficava mais fácil. Poucos minutos depois eu já estava com um Toyota Yaris acelerando na autoban alemã.

Cheguei no hotel o pessoal tinha acabado de chegar. Minha companheira de viagem dessa vez foi a Adriana, uma colega muito simpática e animada que eu já conhecia desde que entrei na empresa. Arrumamos tudo e saímos na maior empolgação!

A viagem de Frankfurt a Bamberg durou duas horas. Chegamos por volta das 20h mas ainda estava sol alto! Fomos direto ao Hotel Central e conseguimos uma última vaga em um quarto duplo por 70 euros. Estacionamos o carro e saímos para passear a pé.



Seguimos por uma grande avenida, apreciando as belas construções e os jardins. Ao final nos deparamos com a famosa construção da antiga prefeitura. É um prédio no estilo enxaimel, construído em cima de uma ponte sobre o Rio Regwitz, dando a impressão de que a construção está flutuando sobre o rio. É possível apreciar a vista de vários ângulos: da própria ponte e das outras duas que estão uma de cada lado. Um lugar muito bonito, charmoso, encantador.

Seguimos pelas vielas, cheias de barzinhos com mesas nas calçadas e pessoas apreciando as famosas cervejas de Bamberg. As ruas do centro da cidade são todas exclusivas a pedestres (tipo ao que chamamos de calçadão) onde é possível apreciar a beleza das construções sem se preocupar com os carros.


Subimos um pouco e chegamos na maravilhosa Domplatz, ou praça da Catedral. O relógio da catedral marcava 21h e o sol ainda estava lá em cima. Em frente a catedral, na mesma praça, fica o Neue Residenz, que significa Palácio Novo, e, no século 18 foi residência dos príncipes-bispos. Tiramos muitas fotos somente por fora pois naquele horário não seria possível visita.

Continuamos subindo os morros de Bamberg, meio sem rumo mesmo e sem querer chegamos na Michaelsberg ("Mount St. Michael"), uma igreja belíssima, construída em um ponto estratégico da cidade, bem no alto de uma colina. Corremos para um dos mirantes para apreciar o pôr-do-sol (já era 21:30). A vista da cidade daquele ponto é fantástica, os telhados das casas formava uma piasagem linda naquele entardecer... Tiramos algumas fotos e descemos por um outro caminho, em meio aos jardins.

Já era noite em Bamberg, e, ao invés dos tradicionais postes de iluminação que temos aqui, lá cada casa possui um luminária , espécie de lustre, muito antigo, que ilumina a rua, mas somente o necessário. Passamos por uma rua exclusiva de pedestres. Havia vários restaurantes e muitas pessoas tomando cerveja e conversando nas mesinhas dos restaurantes colocadas nas calçadas.
A fome já apertava e resolvemos sentar em um restaurante. Cardápio em inglês por favor. Não sei se era o sono e o cansaço mas nem o cardápio em inglês estávamos entendendo, pedimos um em espanhol. O garçom entendeu nossa dificuldade e chegou com um magnífico cardápio de fotos! Muito mais fácil!!! Comemos salada, joelho de porco, batatas e o chucrute (repolho alemão). A Dri experimentou a famosa cerveja escura de Bamberg, eu fiquei no Apfelsaft, apenas suco de maçã. Voltamos ao hotel já era umas 23h, precisávamos dormir porque o passeio iria realmente começar no dia seguinte.









Dormimos como pedras, de tão cansadas. Tomamos um reforçado café da manhã, fechamos a conta do hotel e só passamos no carro pra deixar nossas coisas pois o passeio seria todo a pé!



A primeira parada foi a enorme Catedral de Bamberg! A grande igreja domina a paisagem da cidade. Contruída em 1211, em estilos romântico e gótico francês, possui uma nave tripla e dois coros. Visitamos os pontos principais da Catedral: o túmulo do único papa enterrado na Alemanha, Clemente II, que havia sido bispo na região, o manto azul que pertencia a Henrique II, os atares-mor e as monumentais esculturas que enfeitam os portais. Admiradas com toda aquela beleza, continuamos nosso passeio pois o tempo era curto.



Atravessamos a praça e chegamos ao Neue Residenz, o palácio dos príncipes bispos. Para visitar o interior do palácio é preciso agendar uma visita guiada. Conseguimos um horário só com um detalhe: as explicações eram todas em alemão! Tudo bem, melhor asim do que voltar pro Brasil sem conhecer esse palácio. Foram quase duas horas de passeio pelos aposentos imperiais, quartos e salas muito bem decoradas, com afrescos de antigos mestres alemães. A parte mais impressionante do palácio é a Sala do Imperador, construída entre 1695 e 1704, possui 16 estátuas que retratam os imperadores do Sacro Império Romano. Tudo era lindo, os detalhes da arquitetura, os lustres, os móveis, até as louças.


E, para finalizar, o famoso Jardim das rosas! O jardim do palácio tinha apenas rosas, de todas as cores, tamanhos e beleza única! Fiquei emocionada ao caminhar entre as flores, as fontes e, claro, os turistas! O sol estava bem forte nessa hora.





Continuamos o passeio, fomos até as margens do Rio Regnitz. Fizemos um breve lanche no Nordsee e seguimos para um passeio de barco no Klein - Venedig ("Pequena Veneza"). É um bairro de pescadores, com belas casas enfeitadas com gerânios. Por ficarem bem às margens do rio, e cada casa ter um barquinho, realmente lembra Veneza. O passeio foi legal, havia uma excursão de crianças no mesmo barco e nós ficamos rindo e admirando como elas eram lindas!

Estava tudo muito bom, mas era hora de voltar... Na maior correria voltamos pro estacionamento e pegamos a autoban novamente. Foi um passeio inesquecível e muito especial!