segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cinqueterre




        Existem lugares que sonhamos em conhecer e de tanto planejar, desejar e ler a respeito vamos nos familiarizando e desejando cada vez mais visitar.
        Há anos planejo visitar um pedaço do litoral italiano conhecido como Cinqueterre. Localizado a 300 km de Milão, ao sul de Gênova, na costa noroeste da Itália na região da Ligúria, Cinqueterre são cinco cidadezinhas coloridas cravadas nas encostas do mar Mediterâneo: Monterosso al mare, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore.
       Tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade e considerado um dos "1000 lugares para conhecer antes de morrer", aproveitei o voo para Milão em agosto de 2013 para conhecer esse paraíso.
        Já consegui companhia para esse passeio antes mesmo de sair do Brasil. Minha colega Val, que é leitora do blog, já confirmou que iria comigo desde o começo do mês. Saímos de Guarulhos com carro e hotel reservados.
        No aeroporto de Malpensa, pegamos o Fiat 500 e fomos direto a Monterosso al Mare, cerca de três horas de viagem com paisagens lindíssimas!
        Chegamos na pequena cidade por volta de 20h, ainda dia, devido ao delicioso verão italiano. A pousada que reservamos pela internet era na verdade um apartamento, que a dona transformou nos chamados Bed and Breakfeast (Cama e café da manhã). Simples, mas limpo e confortável.
        Monterosso é a cidadezinha mais ao norte das cinco, escolhemos de base para conhecer as outras quatro.
         Ficamos encantadas com a beleza do lugar. Casas coloridas com janelas verdes às margens do Mediterrâneo... parecia cenário de filme.
        Fomos jantar e experimentar o famoso molho pesto genovês, que estava delicioso! Por volta das 22h, na praça principal da cidade, começou uma animada festa "anos 60".

Festa Anos 60 na praça principal de Monterosso
         Mesmo com uma chuva fina, havia pessoas de todas as idades dançando animadas. Ficamos um pouco na festa mas o cansaço e o jet leg bateram e voltamos para a pousada para dormirmos rápidas oito horinhas.
        





           Acordamos cedo e ficamos mais maravilhadas com a cidade durante o dia. Guarda-sóis abertos na praia, mirantes espetaculares, água do mar em um tom de azul indescritível...

 
      Existem três maneiras de conhecer as Cinqueterre: de barco (aprox. 40 min), de trem (aprox. 15 min) e  a pé, através de trilhas, com duração de cerca  de cinco horas. É possível quebrar a viagem e fazer um trecho a pé, outro de trem, outro de barco...
Valdineide e eu em um dos mirantes de Monterosso

     



















            Como nosso tempo era curto, escolhemos conhecer as Cinqueterre de barco, de onde se tem a melhor vista de cada um dos vilarejos.
      
Barco de passeios turísticos
 
 

          É realmente incrível e indescritível a paisagem. Mar, montanhas, vinhedos, oliveiras, casinhas coloridas e fortificações.


Vernazza

        





















           Saindo de Monterosso, a primeira parada do barco é em Vernazza, um pequeno vilarejo no meio de duas formações rochosas grandes, com duas torres antigas. Ao nível do mar, existe uma igreja de 1318, com um bonito campanário octogonal. Característico da cidade é a "Gruta do diabo", uma fenda de 70 metros no rochedo. Quando o mar está de ressaca, ondas fortes atingem esse vilarejo.
Gruta do Diabo
         
        



           Corniglia é a única cidadezinha que o barco não atraca pois ela fica bem no alto do rochedo. É famosa pelo vinho " il Vernaccia" que já foi citado por Boccaccio e Carducci. Ruínas de um forte do século XVI e uma igreja do ano 1.000 são pontos de destaque no panorama da cidade.




Corniglia
 
 


       Em seguida, o barco atracou na quarta cidade, Manarola. Caracterizadas pelas cores vivas, as casas foram construídas desde o pé do morro até o topo, lembrando, nas devidas proporções, as favelas cariocas.
                                                                                                                                                                                                
      Nas colinas são cultivadas uvas que produzem o famoso vinho branco da região chamado "Sciacchetrà".


 
Manarola
 
 

        Desembarcamos no vilarejo mais ao sul, Riomaggiore. O nome vem do rio que desce de um profundo e sinuoso canal que desemboca em uma pequena praia.
Riomaggiore

        



















 E foi direto para a praia mesmo que seguimos ao descer do barco.


 

 
Completamente diferente das praias brasileiras, ao invés de areia, todo o chão é repleto de pedras, cascalho liso que faz um barulho único a cada onda quebrada, e é impossível ficar descalço. Fomos correndo colocar os pés na água mas a cada onda as pedras vinham batendo nos pés e nas canelas em uma sensação não muito agradável. Resolvemos continuar o passeio e deixar o banho de mar para mais tarde.
 
 


Riomaggiore é caracterizada pelas ladeiras estreitas, casas coloridas com flores nas janelas e pela famosa "Via dell'Amore".


 
 
Riomaggiore
 
 
Uma das ladeiras de Riomaggiore
 


      A "Via dell' Amore" é o trecho entre Manarola e Riomaggiore que os amantes percorrem a pé, apreciando o belíssimo visual do mar Mediterrâneo e trancando seus cadeados na grade lateral. Nosso plano era percorrer essa estradinha, mesmo sem nossos amores, mas, infelizmente, a via estava fechada devido a deslizamentos...
 
 
Placa indicando que a Via dell`Amore estava fechada
Cadeados presos no portão que fecha a Via dell'Amore

      
      Para voltarmos a Monterosso, onde estava estacionado o carro, pegamos o trem. A linha férrea é toda a beira-mar, ou seja, viagem com vista panorâmica!
Túnel da ferrovia beira-mar


      De volta a Monterosso, ainda tínhamos meia horinha para curtir a praia! Tomamos um gelato de torta de limão, típico de lá, e nos banhamos no gelado mar mediterrâneo, que foi refrescante no calor de mais 30 graus que estava...
    


A praia de Monterosso tem areia!


    De volta ao mundo real, nos demos conta que aquilo não era férias... Era hora de voltar para Milão que um voo de 12h e 200 passageiros nos aguardavam!
   

   



 
                  Foi a maior correria todo o passeio mas valeu muito a pena. Quem tiver a oportunidade de ir a Itália não pode deixar de conhecer esse lugar tão diferente de tudo. Quem vai de férias, indico uns três dias na região, para conhecer também uma sexta cidadezinha chamada Portovenere, que fica ao sul de Riomaggiore.  Também é possível "passar" por ali se estiver fazendo a rota Gênova - Pisa, de carro ou de trem.

     
 
 
                      Gastos total da viagem por pessoa: aluguel do carro 70 euros, combustível 50 euros, pedágio 20 euros, pousada 45 euros, barco 8 euros, alimentação 20 euros. Total 213 euros... Não foi um passeio muito barato, até porque era alta temporada, mas posso afirmar que foi um grande investimento em cultura, lazer e satisfação pessoal.